Protocolo com implantes curtos: pode isso?

Esta semana estará acontecendo, em São Paulo, mais um Encontro ABROSS (Academia Brasileira de Osseointegração) que será realizado juntamente com o evento INDEX – 2025. Estarei lá para ministrar duas palestras, uma sobre carga imediata ou tardia e outra sobre implantes curtos x aumento vertical de rebordo. Durante a preparação dessas aulas, tive a felicidade de receber um caso clínico de um protocolo em carga imediata com implantes curtos, realizado pelo Dr Rafael Fonseca de Andrade e pelo Dr Tiago Clasen. Em um único caso, conseguimos abordar os dois temas: carga imediata e implantes curtos. As figuras 1 a 5 ilustram bem o caso.

Casos clínicos com mandíbulas severamente atróficas são um verdadeiro desafio para nós, implantodontistas. O excesso de corticalização óssea e a pouca altura óssea limitam o tamanho dos implantes e aumentam o risco de fratura mandibular. Por outro lado, o aumento vertical deste tipo de rebordo também exige uma técnica bastante apurada, que leva ao aumento da morbidade, o que não é nada agradável, especialmente em pacientes mais idosos, que são a faixa etária mais comum destes casos.

O grande problema dos implantes curtos é que eles não podem perder osso de maneira alguma, pois, se tivermos uma peri-implantite, a perda óssea pode ser muito rápida. Nestas situações, o implante curto acaba se perdendo rapidamente, uma vez que a quantidade óssea peri-implantar já é reduzida desde a colocação do mesmo. Desta forma, alguns indicadores de risco a peri-implantite devem estar muito bem controlados nestas situações. Pacientes fumantes, diabéticos, com bruxismo e histórico de doenças periodontais não são candidatos ideais para este tipo de reabilitação.

Os implantes curtos parecem ser uma alternativa bastante interessante para as mandíbulas atróficas, especialmente se no arco antagonista tivermos uma prótese total, que acaba por amenizar a carga mastigatória. Se além disso, conseguirmos espaçar bem os implantes entre si, reduzindo o extremo livre da prótese, com distâncias mésio-distais que facilitem a autolimpeza e as manutenções realizadas por nós, o prognóstico destes casos pode aumentar bastante. Obviamente que estes casos devem ser minunciosamente selecionados, evitando-se qualquer tipo de alteração sistêmica que venha a aumentar o risco de perdas ósseas peri-implantares.

“Mas o Espírito de Deus produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza, a bondade, a fidelidade, a humildade e o domínio próprio. E contra essas coisas não existe lei.” Gálatas (5:22,23)

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