Como atender pacientes na “melhor idade”?

“Melhor idade é o c****”. Essa foi a frase que escutei de um paciente meu, que tem 70 anos de idade, antes de iniciar uma cirurgia de colocação de um implante imediato na região do elemento 16 condenado. Já era o quinto implante imediato que este paciente colocava no espaço de cinco anos. Sem falar em um outro que já havia sido feito há mais de dez anos. Não pude conter a a gargalhada quando escutei a frase. Mas, depois de terminada a cirurgia, conversando mais um pouco com o paciente, acabei refletindo melhor sobre o tema. As figuras 1 a 3 ilustram a evolução do caso deste paciente.

Todos nós sabemos que os implantes osseointegrados são a melhor forma de repormos os dentes perdidos. Ficamos muitos satisfeitos e orgulhosos quando reabilitamos nossos pacientes com este tipo de terapia. E realmente é de se orgulhar, pois imaginem vocês o que seria dos pacientes se não houvessem os implantes? Entretanto, sob o ponto de vista dos pacientes, ficar perdendo dentes, mesmo que sejam substituídos por implantes, não é uma coisa prazerosa, especialmente ao avançar da idade.

O termo “melhor idade” surgiu como substituto da “Terceira idade”. Falar em “melhor idade” é uma forma de superestimar as potencialidades e possibilidades que a velhice proporciona para algumas pessoas, como a oportunidade de descansar, viajar e fazer coisas que geram prazer, após a aposentadoria. Essa, porém, não é a realidade de todas as pessoas com 60 anos ou mais, uma vez que a velhice, assim como qualquer outra fase da vida, é composta por aspectos positivos e negativos, não sendo possível estabelecer qual é a melhor idade. (Thais Bento Lima-Silva, Guilherme Alves da Silva e Gabriela dos Santos – https://metodosupera.com.br/conheca-a-forma-correta-de-se-referir-a-velhice/)

A maioria de nós, que trabalha com implantes, atende pacientes com este perfil. São pessoas já resolvidas financeiramente, com a família encaminhada e que querem “curtir” a vida. Então, quando estão nesta suposta “melhor fase da vida”, surgem as mazelas da saúde para atravancar o processo. Segundo o relato destes pacientes, uma das coisas que mais lhes incomodam são os dentes. Assim sendo, nossa abordagem emocional precisa ser diferente quando nos deparamos com clientes deste perfil.

Clientes na “melhor idade” já sabem que os implantes são uma excelente solução para a perda dos dentes. Eles já conhecem o processo e acreditam no tratamento. O que lhes custa caro não é o tratamento em si, mas a morbidade da cirurgia, o tempo de cadeira, de recuperação e finalização. E são exatamente nestes pontos que temos que nos esmerar, a fim de minimizar os traumas que, mesmo leves, incomodam estes clientes. Entender o processo emocional que o paciente atravessa quando perde dentes vai nos ajudar a finalizar melhor os nossos tratamentos. É a compreensão básica daquele antigo ditado popular: pimenta nos olhos dos outros é refresco.

Os justos, porém, florescerão como palmeiras e crescerão como os cedros do Líbano. Pois estão plantados na casa do Senhor ; florescerão nos pátios de nosso Deus. Mesmo na velhice produzirão frutos; continuarão verdejantes e cheios de vida. Anunciarão: “O Senhor é justo! Ele é minha rocha; nele não há injustiça”. Salmos 92:12-15

Translate »