EUA: menos de 1% dos dentistas contraíram Covid-19, diz pesquisa

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Covid-19: Marco Bianchini detalha pesquisa feita com 2.200 dentistas nos EUA e que revela que 99% deles estão adotando medidas corretas.
Data de publicação: 23/10/2020

Este assunto parece estar realmente um pouco batido, mas não há como fugir dele, principalmente quando novos resultados de pesquisas sobre a contaminação da Covid-19 pelos cirurgiões-dentistas vão aparecendo. Já abordei este tópico aqui, recentemente, quando saiu uma pesquisa do CFO (Conselho Federal de Odontologia), demonstrando que, dentro da área da saúde, os dentistas são aqueles que menos contraíram e/ou transmitiram o vírus dentro de suas clínicas e consultórios.

Na semana passada, o site da revista Galileu publicou uma pesquisa feita nos mesmos moldes, mas nos Estados Unidos. O estudo aponta que menos de 1% dos cirurgiões-dentistas nos EUA contraíram Covid-19. A pesquisa foi feita com 2.200 dentistas no país, revelando que 99% deles estão adotando medidas corretas de controle do novo coronavírus, com protocolos e práticas seguras de desinfecção. O relatório desta pesquisa foi recém-publicado pelo The Journal of the American Dental Association, reafirmando que menos de 1% dos dentistas que atuam nos Estados Unidos foram infectados pelo novo coronavírus. O resultado é muito inferior à contaminação de outros profissionais da área de saúde nos EUA durante a pandemia.

Este relatório, que analisou cerca de 2.200 cirurgiões-dentistas nos EUA durante o mês de junho, também observou que no mês anterior 82% deles não manifestaram qualquer sintoma e 16,6% afirmaram ter realizado o teste para identificar o novo coronavírus. Entre os não testados, 0,32% recebeu um diagnóstico provável de Covid-19. São resultados muito importantes, até porque muitos dos nossos pacientes continuam temerosos em voltar a ser atendidos em nossas clínicas. Eu mesmo, praticamente toda a semana, tenho cancelamentos feitos pelos pacientes ou por parentes dos pacientes, em razão da pandemia.

Assim, vale muito a pena termos em mão estes dados norte-americanos, principalmente porque em março de 2020 o jornal The New York Times, seguindo a deplorável linha de aterrorizar as pessoas, listou a Odontologia como uma das profissões de maior risco de contaminação, com base em dados do Departamento do Trabalho dos EUA. Presumiu-se que a transmissão do vírus poderia ocorrer devido à proximidade entre os profissionais e outras pessoas, além da possibilidade de contaminação por conta de aerossóis e pequenas partículas que poderiam ser expelidas por quem estivesse infectado.

Esta postura do jornal The New York Times, assim como muitos órgãos de uma imprensa sensacionalista aqui no Brasil, que não aguardaram a publicação de dados mais consistentes, afugentou milhares de pessoas não só dos consultórios odontológicos, mas também dos consultórios médicos e hospitais. A conta deste absurdo está chegando agora, demonstrando que muitas pessoas foram acometidas por diversas outras doenças e, algumas delas, morreram devido a isto.

Vale lembrar que não há, da minha parte e de quem defende uma conduta diferente da turma do “fique em casa”, nenhuma forma de negacionismo da doença, palavra que os torcedores do vírus insistem em rotular naqueles que discordam do isolamento social e da forma que algumas correntes abordaram esta pandemia.

Os dados confirmados por este novo relatório indicam aquilo que nós, cirurgiões-dentistas, já estamos cansados de saber e que já adotamos em nossa prática clínica diária há muitas décadas: a eficácia das medidas preventivas e a importância dos equipamentos de proteção. Entre eles, está a máscara, os óculos e o escudo de proteção facial. A maioria dos profissionais da Odontologia já utiliza essas medidas como forma de proteção para qualquer doença infectocontagiosa. De qualquer forma, a divulgação desta pesquisa tem uma importância fundamental para que tanto profissionais da Odontologia quanto pacientes se sintam mais seguros para realizar os tratamentos odontológicos.

“Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o futuro, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 8,38-39)

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