Implantes de corpo único com diâmetro reduzido

Implantes de corpo único e de diâmetro reduzido não são nenhuma novidade na Implantodontia. Há muitas décadas este tipo de implante vem sendo estudado e apresentado de várias formas pelos fabricantes. Se remontarmos ainda à era pré-Branemark, iremos encontrar os parafusos de Garbaccio, com formatos que lembram bastante alguns implantes de corpo único presentes no mercado atualmente. A figura 1 ilustra os “parafusos” de Garbaccio (décadas de 1960 e 1970).

Atualmente, objetivando oferecer alternativas a regiões com pouca disponibilidade óssea ou com espaços interradiculares estreitos, os implantes de diâmetro reduzido vêm sendo oferecidos pelas empresas, como uma maneira de tratar estas situações em poucas etapas e evitando movimentações ortodônticas ou enxertos ósseos. As figuras 2 a 7 ilustram um caso clínico em que foram utilizados dois implantes curtos de diâmetros reduzidos.

Este caso foi realizado por mim e pela Dra. Fernanda Slovinski, e o paciente foi acompanhado desde 2014, quando tinha 11 anos de idade. Os dentes decíduos, 52 e 62, foram mantidos em boca para preservação do espaço mesio-distal e manutenção dos tecidos duros e moles na região, até o ano de 2022, quando o paciente completou 18 anos de idade e estava apto para a realização de cirurgia de colocação dos implantes.

Mesmo com a manutenção dos dentes decíduos, as regiões do 12 e 22 apresentavam pouca espessura óssea. Desta forma, optou-se pelo uso de implantes com diâmetro reduzido e corpo único. Os implantes selecionados para estas regiões foram dois SLIM, da Implacil de Bortoli (São Paulo – Brasil), com as dimensões de: 2,5 milímetros de espessura x 6 milímetros de altura do pilar de corpo único x 13 milímetros de comprimento.

A parte protética, conduzida pela Dra. Fernanda Slovinski, englobou uma manipulação tecidual, através de coroas provisórias, que foram sucessivamente reembasadas até se atingir a estabilidade dos tecidos moles peri-implantares. Após isto, foi realizado um clareamento dental ainda na fase de provisórios e coroas em zircônia cimentadas com fosfato de zinco sobre os pilares em corpo único dos implantes. Nos dentes naturais 11 e 21, foram confeccionadas facetas de resina composta e fechamento de diastema mesial com resina composta no elemento 23. As figuras 5 a 7 ilustram o caso.

A Implantodontia moderna vem enfrentando desafios maiores nos últimos anos. Casos de implantes unitários em pacientes mais jovens vem tomando o lugar das reabilitações totais com próteses protocolos. Espaços reduzidos entre dentes naturais, como o relatado hoje, são cada vez mais frequentes de aparecer em nossas clínicas. Áreas com pouca quantidade óssea em espessura também não são raras, quando a maioria dos pacientes quer evitar os enxertos ósseos maiores. Assim, a busca pelo uso de implantes com diâmetros reduzidos vai aumentar cada vez mais. Cabe a nós selecionar adequadamente estes casos, sempre acreditando que este tipo de solução não é novidade e já vem sendo utilizado há muitas décadas.