Por que a maioria dos implantes não tem peri-implantite?

implantes peri-implantite
Marco Bianchini destaca resultados positivos e apresenta um caso clínico com implante tradicional tipo hexágono externo com controle de cinco anos.

A peri-implantite atinge valores bastante expressivos em algumas populações e nos traz uma série de dores de cabeça nos casos em que enfrentamos grande perdas ósseas. Porém, felizmente, a maioria dos implantes acaba se comportando muito bem ao longo dos anos, apresentando uma resposta biológica satisfatória do conjunto prótese-implante em praticamente 80% dos nossos casos (generalizando os números que encontramos na literatura). Estes números podem nos deixar até relativamente tranquilos, mas torna-se necessário entender: por que esta grande maioria de implantes não apresenta peri-implantite?

As respostas para esta indagação poderiam ser inúmeras. Muitos diriam que o controle rígido dos fatores de risco a peri-implantite, como a má higiene, são primordiais para evitar perdas ósseas. Outros poderiam elencar as técnicas cirúrgicas e protéticas mais modernas que são utilizadas atualmente. Também poderíamos ainda destacar a evolução dos modelos e desenhos de implantes e próteses que minimizam as perdas ósseas e, por fim, temos a alta capacidade do hospedeiro humano em se adaptar a novas situações, fazendo com que os implantes sejam bem tolerados pelo organismo.

Para enriquecer esta discussão, vamos apresentar um caso clínico com controle de cinco anos, em que foi utilizado um implante tradicional, tipo hexágono externo, tão criticado por muitos por apresentar perdas ósseas, segundo alguns, mais frequentes do que outros modelos. As figuras 1 a 4 ilustram o caso.

Eu escolhi este caso clínico porque acredito que muitos colegas que fazem implantes há mais de 20 anos, como eu, possuem uma imensidão de resultados semelhantes a este. Quem faz o acompanhamento dos seus casos ao longo dos anos, frequentemente se depara com situações satisfatórias como esta. São casos como este que nos fazem acreditar na Implantodontia como uma forma altamente previsível de se repor dentes pedidos. Mas por que isto ocorre com tanta frequência?

Existe uma tendência a valorizarmos mais as coisas ruins que nos acontecem na nossa clínica diária – e na vida também – do que as coisas boas. Podemos fazer mil casos de sucesso e apenas cinco de insucesso, que estes cinco ficarão martelando nas nossas cabeças, como se eles fossem a grande maioria, quando na verdade são uma grande minoria. Os profetas da terra arrasada gostam de dar a peri-implantite uma maior projeção do que ela merece. Não podemos ficar cegos quanto as doenças peri-implantares, mas é imprescindível que mantenhamos os nossos olhos bem abertos para a alta previsibilidade e sucesso dos implantes osseointegrados.

A resposta a pergunta título da coluna de hoje não é tão complicada. A maioria dos nossos implantes não apresentam perdas ósseas porque uma série de fatores contribuem para isso. Dentre estes, podemos citar as pesquisas científicas ao longo dos anos que demonstram a previsibilidade da técnica, o treinamento intenso dos profissionais, que procuram aperfeiçoar suas habilidades, as inovações frequentes que as empresas sérias nos apresentam, a melhora dos cuidados de higiene por parte dos pacientes etc.

Na verdade, o tratamento com implantes tornou-se uma rotina sadia nos nossos consultórios. Temos uma imensidão de opções dentro da Implantodontia que atingem excelentes resultados, todos muito bem embasados pela literatura. Desde implantes com desenhos mais tradicionais, como outros mais arrojados, são escolhas confiáveis que podem ser adotadas pelos mais variados perfis profissionais. E ainda bem que existem os implantes. Caso contrário, ainda estaríamos nos saturando com dentaduras, pontes fixas, removíveis e pererecas.

Produzam frutos dignos de arrependimento! E não comecem a dizer uns aos outros: “Temos por pai Abraão”, porque eu afirmo a vocês que Deus pode fazer com que destas pedras surjam filhos a Abraão. E também o machado já está posto à raiz das árvores. Portanto, toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. (Lucas 3:8,9)

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