Uma das atividades mais comuns dos implantodontistas é refazer casos. Na verdade, esta não é uma rotina somente dos implantodontistas, mas se estende à toda classe odontológica, nas mais variadas especialidades. Um cirurgião-dentista passa mais de a metade do seu tempo de consultório refazendo casos, sejam eles oriundos de outro profissional ou de casos feitos por nós mesmos, e que necessitam ser refeitos. Desta forma, para iniciarmos bem o nosso ano de 2022, vamos apresentar aqui um caso clínico refeito pelo meu colega, o Dr. Rodrigo Cunha.
O paciente em questão apresentou-se para o Dr. Rodrigo Cunha com uma reabilitação implantossuportada deficiente, em que houve a necessidade de uma mudança radical de padrão na condução protética e no manejo dos tecidos moles para alcançar a tão sonhada estabilidade tecidual marginal com harmonia do sorriso. As figuras 1 a 5 demonstram o caso.
O planejamento virtual de nossos casos, assim como a utilização do fluxo digital e analógico, favorece extremamente a otimização dos resultados e evita que tenhamos que refazer os casos em um espaço curto de tempo. Através destas ferramentas, é possível definirmos qual o tipo de reabilitação protética será realizada, antes mesmo da colocação dos implantes. Assim, durante o planejamento protético cirúrgico, já definiremos se teremos próteses dentogengivais ou próteses fixas com perfil de emergência, ou ainda se teremos elementos unitários, com a preservação de papilas.
A utilização de componentes protéticos mais delicados, que preservem a anatomia original dos tecidos moles peri-implantares, como o pilar Ideale-Híbrido (Implacil de Bortoli – São Paulo – Brasil), que pode receber a restauração provisória ou definitiva tanto aparafusada como cimentada, também se configura em uma importante vantagem clínica. Este tipo de pilar fornece um perfil de emergência mais adequado, preservando as distâncias biológicas peri-implantares.
Refazer casos na Odontologia não é nenhuma tragédia. Faz parte do nosso dia a dia clínico. Afinal, nossos tratamentos nunca duram para sempre. Contudo, devemos adotar abordagens multidisciplinares, que passam por um planejamento que vai desde o posicionamento tridimensional do implante, preservação alveolar, uso correto dos cicatrizadores (se possível customizados), provisórios adequados e a seleção correta do pilar. A utilização destas ferramentas faz com que os nossos tratamentos tenham um tempo de vida mais do que razoável, deixando profissionais e pacientes extremamente satisfeitos.
“Então Jesus disse mais uma vez: — Em verdade, em verdade lhes digo que eu sou a porta das ovelhas. Todos os que vieram antes de mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não lhes deram ouvidos. Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, sairá e achará pastagem. O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10:7-10)
Marco Bianchini
Professor associado IV do departamento de Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); autor dos livros “O Passo a Passo Cirúrgico na Implantodontia” e “Diagnóstico e Tratamento das Alterações Peri-Implantares”.
Contato: bian07@yahoo.com.br | Facebook: bianchiniodontologia | Instagram: @bianchini_odontologia
Participação especial
Rodrigo Cunha
Mestre e especialista em Implantodontia – SLMandic; Especialista em Prótese Dentária – PUC/RS; Pós-graduado em Metalurgia odontológica (Bego/Alemanha); Pós-graduado em Cerâmicas odontológicas (Vita/Alemanha); professor de pós-graduação em Implantodontia/Prótese/CTBMF.