Um dos pré-requisitos mais importantes para o sucesso do tratamento com implantes osseointegrados é ter uma quantidade favorável de osso para posicionar o implante corretamente em relação à prótese, com o objetivo de atender a estética, função e higiene. No entanto, dentes condenados à extração, seja por lesão periodontal, cárie ou fratura, geralmente apresentam um quadro de grande destruição óssea que pode dificultar ou inviabilizar a colocação imediata de um implante.
Em se tratando de dentes condenados à extração, a maioria dos implantodontistas tem preferência pela colocação imediata de um implante nestas situações. É indiscutível o número de vantagens que temos quando conseguimos realizar a extração de um dente condenado e a colocação de um implante em seu lugar, tudo no mesmo tempo cirúrgico. Contudo, casos desta magnitude quase sempre exigem que procedimentos de enxertos ósseos sejam também executados. Desta forma, estas situações abrangem três tipos de cirurgia: a exodontia do dente condenado, a colocação do implante imediato e a regeneração óssea das áreas enxertadas junto ao implante.
Vários fatores podem determinar a velocidade e a quantidade de reabsorção óssea ao redor de um dente condenado. Assim, frequentemente, nos deparamos com situações clínicas de perda óssea que dificultam ou até mesmo inviabilizam a colocação do implante imediato, interferindo de uma forma negativa no resultado final do tratamento, caso decisões equivocadas sejam tomadas. Para solucionar estes problemas, os implantodontistas lançam mão de procedimentos que são conhecidos como regeneração óssea guiada (ROG), em que teremos uma formação óssea adicional junto ao implante de áreas que sofreram destruição óssea enquanto o elemento dental ainda estava em boca. As Figuras 1 a 9 ilustram um caso de implante imediato com regeneração óssea guiada.
A decisão sobre a melhor técnica cirúrgica a ser usada em uma regeneração óssea guiada com implante imediato nem sempre é uma tarefa fácil. O mais importante é ter o diagnóstico correto do tipo de defeito e da necessidade de ganho ósseo. Quanto maior for o defeito, maior será a dificuldade de recuperarmos totalmente todas as dimensões de tecidos moles e duros. O caso clínico em questão teve um bom resultado na formação óssea, mas não tão eficiente nos tecidos moles, o que pode ser corrigido com técnicas de ganho de volume tecidual conjuntivo, caso este seja o desejo do paciente.
O uso da regeneração óssea guiada concomitante ao implante imediato vem sendo a técnica cada vez mais preferida pelos profissionais envolvidos com implantes. Isso se deve à diminuição da morbidade (apenas uma única intervenção cirúrgica) e ao grande desenvolvimento dos biomateriais que temos hoje em dia. Entretanto, saber selecionar adequadamente os casos em que estas técnicas se aplicam é a tarefa mais difícil. Em casos muito complexos, que exigem grandes reconstruções, o profissional deve optar por realizar primeiro os enxertos dos tecidos moles e duros, para posteriormente realizar a colocação do implante.
Não tenha inveja dos pecadores, mas tema sempre o Senhor. Você será recompensado por isso e a sua esperança não será frustrada. (Provérbios 23:17,18)
Marco Bianchini
Professor associado IV do departamento de Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); autor dos livros “O Passo a Passo Cirúrgico na Implantodontia” e “Diagnóstico e Tratamento das Alterações Peri-Implantares”.
Contato: bian07@yahoo.com.br | Facebook: bianchiniodontologia | Instagram: @bianchini_odontologia