A maioria das pesquisas em Implantodontia se concentra em melhorar a osseointegração e minimizar a perda óssea marginal para evitar complicações como peri-implantite e falha dos implantes. Um design inovador de implante, caracterizado por um formato cervical exclusivo e diâmetro reduzido, visa aumentar o volume ósseo ajustando a distância do espaço coronal. Foi baseado nisso que o meu grupo de pesquisa, associado a empresa Implacil De Bortoli, desenvolveu há vários anos um desenho de implante diferenciado, cujo os resultados preliminares eu vou passar aqui hoje com exclusividade.
Os resultados que iremos apresentar aqui são oriundos de um estudo que avaliou o sucesso dos implantes dentários em uma coorte de pacientes, particularmente aqueles que receberam os implantes com design inovador, denominado Collo Implant. Os critérios de análise incluíram alterações nos níveis de osso marginal mesial e distal, inflamação peri-implantar, alterações ósseas e estabilidade pós-tratamento. Os dados de 94 implantes em 31 pacientes foram examinados em um período de 6 a 12 meses para determinar os resultados de sucesso e fracasso.
Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a estabilidade da perda óssea marginal no novo design de implante, analisando os níveis ósseos na linha de base, 6 meses e 12 meses, após a carga do implante por meio de radiografias periapicais e parâmetros clínicos. Os implantes foram todos colocados no Centro de Ensino e Pesquisas em Implantes Dentários – Cepid, localizado na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Desta forma, radiografias periapicais foram realizadas no momento da colocação do implante, na carga protética, após 6 meses e após 12 meses. Medidas de profundidade a sondagem, sangramento a sondagem e recessão marginal também foram realizadas para obtenção dos dados clínicos.
Os resultados destacaram a eficácia dos implantes Collo, com 95,6% de sucesso, atendendo aos critérios de perda óssea marginal em 12 meses, com ausência de peri-implantite e saúde dos tecidos moles peri-implantares. A mucosite (inflamação da mucosa peri-implantar sem perda óssea progressiva) apareceu em 51% dos casos, mas estava associada a uma dificuldade dos pacientes em remover o biofilme rotineiramente, e não foi correlacionada com o novo design do implante Collo. A figura 1 ilustra o desenho do implante Collo e a figura 2 ilustra um dos casos analisados.
Este estudo fornece informações radiográficas e clínicas valiosas sobre as taxas de sucesso de um novo design de implante (implante Collo, Inplacil de Bortoli, São Paulo, Brasil). Os resultados encontrados sugerem que a perda óssea prevista, que ocorre ao redor de implantes hexagonais, pode ser reduzida ou eliminada, com a modificação da macroestrutura do implante. Isto ocorre pela facilidade de estabilização dos tecidos peri-implantares em uma região côncava, proporcionada pela constrição do pescoço do implante com uma superfície totalmente lisa
Jesus disse: O que eu ensino não vem de mim, mas vem de Deus, que me enviou. Quem quiser fazer a vontade de Deus saberá se o meu ensino vem de Deus ou se falo em meu próprio nome. (João 7:16-17.)
Marco Bianchini
Professor titular das disciplinas de Periodontia e Implantodontia do Departamento de Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); autor dos livros “O Passo a Passo Cirúrgico na Implantodontia” e “Diagnóstico e Tratamento das Alterações Peri-Implantares”.
Contato: bian07@yahoo.com.br | Facebook: bianchiniodontologia | Instagram: @bianchini_odontologia
Colaboração:
Mario Escobar Ramos
Doutorando em Implantodontia pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.