Na próxima semana, mais especificamente nos dias 23 e 24 de maio, grandes especialistas da Odontologia estarão reunidos para compartilhar as mais recentes descobertas, técnicas e tecnologias aplicadas à Reabilitação Oral no Meeting da empresa Implacil De Bortoli. Serão dois dias de imersão total em conhecimento, inovação e excelência clínica, com 23 palestras científicas abordando temas atuais e de alto impacto clínico.
Como em todo o congresso de Implantodontia, teremos a oportunidade de assistir a casos clínicos maravilhosos, usando toda a tecnologia digital disponível nos nossos dias. Também teremos palestras que irão abordar o comportamento clínico e radiográfico dos implantes no longo prazo. E foi pensando neste tópico que eu escolhi o tema da minha apresentação: como estão seus implantes com mais de 10 anos em função?
Atualmente, o mundo digital toma conta de nossas vidas e a tecnologia invadiu, não só a nossa área de trabalho, como também o nosso dia a dia de seres humanos. A Inteligência Artificial chegou para ficar e o mundo, que já estava acelerado, passou a caminhar em uma velocidade supersônica. Se olharmos para 10 a 20 anos atrás, vamos observar que não tínhamos a disponibilidade dos recursos digitais que temos hoje. Mesmo assim, já estávamos realizando reabilitações com implantes e devolvendo a estética e função dos nossos pacientes.
Foi pensando nisso que eu procurei saber como estavam os meus implantes que foram realizados há mais de 10 anos. Será que eu errei muito? O que eu não faria mais nos dias de hoje e o que eu poderia continuar fazendo? Será que a tecnologia digital atual nos vai fazer sentir vergonha do que executamos há mais de 10 anos? As figuras 1 a 6 demonstram um caso clínico que vai enriquecer esta nossa discussão.
Quem faz implantes há mais de 20 anos como eu, que faço há 32 anos, está acostumado a se deparar com este tipo de caso. Acredito que as principais constatações que devemos observar em situações como esta são: existe saúde peri-implantar? O paciente está satisfeito com a sua estética e função mastigatória? Se a resposta for positiva nestas duas perguntas, eu me atrevo a falar que o caso é um sucesso, pois o paciente consegue realizar a sua autohigene e os tecidos moles e duros estão saudáveis.
É bem provável que, se um caso como este aparecesse nos dias atuais, nós teríamos um outro tipo de abordagem, principalmente se as aspirações estéticas e funcionais do paciente exigissem esta postura, pois a tecnologia digital existe para isso mesmo. Contudo, mesmo com todos os avanços disponíveis e com toda a gama de materiais de implantes e próteses que as empresas nos oferecem, ainda é possível se realizar trabalhos satisfatórios, utilizando implantes e protocolos protéticos simples e consagrados na literatura, que satisfazem as aspirações de muitos pacientes.
“Todas as coisas levam a gente ao cansaço — um cansaço tão grande, que nem dá para contar. Os nossos olhos não se cansam de ver, nem os nossos ouvidos, de ouvir. O que aconteceu antes vai acontecer outra vez. O que foi feito antes será feito novamente. Não há nada de novo neste mundo.” (Eclesiastes 1:8,9)
Autor
Marco Bianchini
Professor titular das disciplinas de Periodontia e Implantodontia do Departamento de Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); autor dos livros “O Passo a Passo Cirúrgico na Implantodontia” e “Diagnóstico e Tratamento das Alterações Peri-Implantares”.
Contato: bian07@yahoo.com.br | Instagram: @marcoaureliobianchini | @bianchini_odontologia