Feliz 2020: o caminho para uma vida saudável

Feliz 2020
(Imagem: Shutterstock)
Marco Bianchini destaca ano difícil, mas acredita que os aprendizados podem trazer tempos melhores no futuro. Feliz 2020!
Data de publicação: 18/12/2020

Ao ler “Feliz 2020”, o leitor deve estar achando que houve um erro de digitação ou de revisão de texto, pois o correto seria “Feliz 2021”. Afinal, estamos terminando o ano de 2020. Na verdade, o título da nossa última coluna deste ano é esse mesmo: “Feliz 2020”! A pergunta é: como podemos ter sido felizes em 2020? Provavelmente um dos anos mais atípicos e aterrorizantes da história moderna da humanidade e que parece ainda não ter acabado. Muitos dizem, que passe logo este ano e que venha o próximo. Mas, infelizmente, meus amigos, não vai passar assim tão rápido.

A epidemia, pandemia ou qualquer que seja o nome que você prefira usar sobre a Covid-19, ainda vai fazer parte de nossas vidas durante um bom período de tempo e talvez alguns anos. Foi assim com a Aids, com o H1N1 e tantas outras. Nós nunca as vencemos, mas aprendemos a dominá-las e a conviver com elas. Desta forma, ao contrário do que muitos afirmam, é provável que a Covid tenha nos trazido alguns benefícios, que irão nos ensinar como combater melhor as próximas doenças que certamente ainda iremos enfrentar. O maior destes benefícios, acredito ter sido a atenção redobrada com a saúde que todos parecem estar tendo com maior ênfase. Aquela surrada frase: “o importante é ter saúde, que o resto a gente dá um jeito” nunca foi tão verdadeira.

Estamos finalizando o ano e desde março que tentamos desesperadamente nos livrar desse vírus. Parece termos esquecido de que é impossível se livrar de um vírus. O que se faz é aprender a enfrentá-lo. Felizmente, no atual estágio, parece que estamos aprendendo a combater a Covid-19. Já existem muitos tratamentos que vêm salvando vidas e que estão dando certo em larga escala, apesar da difícil comprovação científica que todos tanto falam. Estão aí a azitromicina e os anti-coagulantes, que são aceitos por quase 100% dos médicos. Sem falar na ivermectina, cloroquina, corticoides e complexos vitamínicos que também vêm sendo bem utilizados. Além desses todos, as vacinas também estão chegando, mostrando que, sem dúvida nenhuma, atualmente estamos lidando melhor com essa doença.

Quando eu olho para todas estas modalidades de tratamento que vem sendo aplicadas no combate a Covid-19, eu penso imediatamente nas diversas formas de tratamento que a periodontite e a peri-implantite também são combatidas. Os cirurgiões-dentistas vêm se debatendo há décadas para erradicar todas as formas de periodontite, a fim de que os pacientes não percam mais dentes. Como se isto já não bastasse, esta doença periodontal um pouco modificada e com um nome diferente (peri-implantite) parece também atacar os nossos implantes, que usamos justamente para repor dentes que foram perdidos, na sua grande maioria, pela periodontite. É um beco sem saída que assola os nossos consultórios.

Contudo, nós, dentistas, jamais desistimos de atender os nossos doentes. Jamais dissemos a eles: “é melhor o senhor ou a senhora só se alimentar por via endovenosa, pois assim diminuirão os riscos de contrair bactérias que levem a uma periodontite ou peri-implantite”. Não, nós não fizemos isso! Nós continuamos tratando, tentando prevenir que a doença se instale e, quando instalada, nós procuramos combatê-la com alguns protocolos totalmente confirmados na literatura, e outros que ainda geram um pouco de dúvidas, mas que conseguem bons resultados em muitos pacientes. É assim a vida de quem atende doentes de verdade, fora dos laboratórios de pesquisa. E é assim também que os tratamentos da Covid-19 estão evoluindo positivamente.

O conhecimento maior de como uma doença se desenvolve proporciona um melhor tratamento. Isto também está ocorrendo no tratamento da Covid-19. Porém, além do tratamento da doença propriamente dito, estamos tendo a oportunidade de fazer uma maior reflexão de como estamos levando as nossas vidas. Muitos entes queridos e amigos foram levados pelo coronavírus. Só quem perdeu alguém entende e reconhece que uma vida ceifada não tem volta e que os momentos que perdemos, nos dedicando a atividades supérfluas ou ao excesso de trabalho, nos privaram de ter um melhor e maior contato com essas pessoas que se foram. Um tempo que não pode ser recuperado com elas, mas deve ser dedicado a aqueles que ainda estão aqui conosco. Este talvez tenha sido o maior aprendizado que o coronavírus nos trouxe.

O livro de Eclesisastes, que está no antigo testamento da Bíblia e foi, provavelmente, escrito pelo Rei Salomão, traz uma frase muito interessante no seu capítulo 7, versículo 3: “Mais vale a tristeza do que o riso, porque pela tristeza do rosto corrige-se o coração”.  Esta pequena frase nos faz refletir que é na tristeza, na crise e na agonia que os mistérios são desvendados e que se consegue mudar de vida e de atitude, para se caminhar para um futuro melhor. Que 2020 nos ensine os caminhos de uma vida mais saudável, para que possamos voltar a conviver em grupo, pois esta é a maior virtude do ser humano: confraternizar!

Nos veremos em 2021, se Deus quiser! Um feliz e abençoado Natal para todos e um próspero e saudável 2021!

“Porque nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado: sobre o seu ombro está o manto real, e ele se chama Conselheiro Maravilhoso, Deus forte, Pai para sempre, Príncipe da paz.” (Isaias 9: 5)

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