O osso alveolar

Quando falamos em Implantodontia, o primeiro tecido que pensamos é o osso. A primeira ideia do implantodontista, quando está examinando um paciente, é saber se ele tem ou não osso disponível para a colocação de um implante. Nem mesmo avaliamos os outros aspectos clínicos, relativos à prótese, e já estamos olhando a tomografia para ver se o paciente tem bastante osso. Este suposto osso disponível, geralmente, é o osso alveolar – ou remanescentes dele –, e que muitos de nós não conhecemos bem as suas características.

O osso alveolar compreende o tecido ósseo na porção da maxila e da mandíbula que forma e dá suporte aos alvéolos dos dentes. Este osso, conhecido também como processo alveolar, se forma em associação com o desenvolvimento e erupção dos elementos dentais, e pode ser gradativamente reabsorvido, quando os dentes são perdidos. Assim, pode-se dizer que os processos alveolares (osso alveolar) são estruturas dependentes dos dentes.

O osso alveolar, de maneira geral, é composto em dois terços por substâncias inorgânicas (maioria de minerais de cálcio e fosfato) e em um terço por matriz orgânica (90% de colágeno tipo1). Embora este tecido esteja sempre se renovando, sua organização e forma são praticamente mantidos desde a infância até a idade adulta. Apesar da sua rigidez, o osso alveolar é o menos estável dos tecidos periodontais, uma vez que a sua estrutura está em constante mudança.

O osso alveolar é subdividido em porção externa do osso cortical, parede interna do alvéolo e trabéculas medulares (osso esponjoso). Entretanto, é o tecido ósseo mais cortical ou compacto que delimita a superfície do alvéolo dental. As paredes internas dos alvéolos dentários são geralmente revestidas por este osso compacto (cortical) que, na região interproximal, está em relação com o osso esponjoso.  Esta fina compacta óssea, denominada também de osso alveolar propriamente dito, é chamada também de lâmina dura, quando avaliamos o osso nas imagens radiográficas. As figuras 1 e 2 demonstram os componentes do osso alveolar.

O osso esponjoso contém trabéculas ósseas cujo tamanho e arquitetura são determinados geneticamente e também são o resultado das forças a que os dentes estão expostos durante a função. Estas trabéculas ósseas esponjosas localizam-se entre as duas camadas corticais. O septo interdental consiste em um osso medular circundado por uma borda compacta. Observe a fácil delimitação do osso esponjoso e do osso cortical nas figuras 1 e 2.

Vale lembrar, ainda, que a celularidade do osso alveolar se baseia nos osteoblastos, osteoclastos e osteócitos, que fazem o equilíbrio da neoformação e reabsorção ósseas, de acordo com os estímulos que este osso é submetido. Assim, tanto a reabsorção como a remodelação óssea são as principais vias de alterações na forma óssea, incluindo ainda a resistência a esforços, reparo de feridas e homeostasia de cálcio e fosfato no organismo.

A maioria de nós, implantodontistas, está acostumado a avaliar o osso apenas nas tomografias e nas áreas desdentadas ou em áreas com dentes supostamente condenados. Acabamos esquecendo de como era este osso na sua origem, quando os dentes naturais do paciente ainda estavam lá. Este “esquecimento” de nossa parte pode ser a explicação para muitos insucessos na osseointegração ou na perda óssea precoce peri-implantar ao longo dos anos.

É muito importante saber que, mesmo que o paciente apresente uma boa quantidade óssea, este osso pode não ser o osso remanescente do processo alveolar original e, sim, uma camada mais interna, que não tinha por função receber cargas mastigatórias. Entender a biologia óssea original, e reconhecer qual tipo de osso estamos trabalhando, é fundamental para selecionarmos o tipo de implante que iremos utilizar, a fim de que eles tenham uma maior longevidade em boca, mantendo sempre a saúde geral dos pacientes.

Imagens confeccionadas por Roberta Lessa, mestranda em Implantodontia da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

“Qualquer um que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele, e ele em Deus. E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele.” (1 João 4:15,16)

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