Ninguém sabe de onde veio o tiro, mas você estava no corredor. Missão: escrever uma revisão sistemática. Curiosamente, seu professor não tem experiência ou nunca participou deste processo. E agora? Uma revisão sistemática tem itens diferentes que devem ser considerados desde o princípio. Neste post, vamos começar a desembaralhar as principais dúvidas que os alunos têm sobre o assunto:
A revisão começa com uma pergunta: como montá-la?
A montagem tem quatro estágios:
– O PROBLEMA: o problema, normalmente, é o aumento (ou diminuição) de alguma situação que você tem no seu dia a dia clínico.
– A INTERVENÇÃO: normalmente, é uma terapia nova. Por exemplo, socket shield, BOPT, novos materiais, novos desenhos de próteses, novos sistemas adesivos.
– O CONTROLE: normalmente, é uma terapia consagrada. Por exemplo, colocação de implantes em rebordos já cicatrizados, coroas metalocerâmicas.
– O DESFECHO: o “outcome” é um parâmetro que você mede. Por exemplo, perda óssea marginal, mobilidade dentária, mobilidade do implante, pink esthetic score.
Aprendemos com exemplos? Sim. Então, veja a situação abaixo:
“O doutor X é uma pessoa muito estudiosa. Frequenta congressos regularmente. Neste final de semana, assistiu de forma on-line ao lançamento de uma nova técnica para preservar o tecido ósseo após a remoção dentária. Entretanto, sentiu que algumas perguntas não foram respondidas por falta de tempo, por exemplo, a mudança na estética gengival em função do tempo.”
Então, se você tivesse que fazer uma revisão sistemática, qual pergunta faria para ajudar nosso colega, o doutor X?
PROBLEMA= mudança na estética gengival ao longo do tempo
INTERVENÇÃO = nova terapia
CONTROLE = terapia consagrada
OUTCOME = pink esthetic escore
A pergunta principal seria:
Será que a (nova terapia), comparada à (terapia consagrada), fornece menos (mudança na estética gengival ao longo do tempo) ao usarmos o (pink esthetic score)?
Se o modelo de perguntar for usado outra vez para outras finalidades:
Será que a (nova terapia), comparada à (terapia consagrada), fornece menos (mudança nos níveis ósseos peri-implantares) sob o ângulo da (tomografia feixe cônico)?
Será que a (nova terapia), comparada à (terapia consagrada), fornece maior (satisfação do paciente) sob o ângulo da (escala de análise visual)?
Para entender mais o processo, assista:
Paulo Rossetti
Editor científico de Implantodontia da ImplantNews.
Orcid: 0000-0002-0868-6022.