Preservação alveolar: a importância do biomaterial

Uma das situações mais comuns nos dias atuais dentro da Implantodontia é a preservação dos alvéolos imediatamente após uma exodontia. Este termo (preservação) indica que queremos manter o alvéolo com as mesmas características que existiam quando o dente que foi extraído estava em boca. Pensando assim, o que realmente queremos é que este alvéolo esteja repleto de osso e de gengiva, depois que extraímos o dente.  Isto é possível?

Atualmente, é praticamente inconcebível que alguém faça uma extração de um dente e não pense na reposição deste dente perdido por um implante. Mesmo que o cirurgião-dentista não seja um implantodontista, obrigatoriamente, ele vai pensar em repor este dente de alguma forma.  Sabemos que, à luz dos conhecimentos atuais, a melhor opção para repor um dente perdido ainda é   colocação de um implante. Como o implante precisa de osso e de gengiva, é importante que haja a preservação deste alvéolo nestes quesitos.

O que ocorre é que, existe no mercado uma gama de biomateriais muito grande para escolhermos, a fim de preservar os nossos alvéolos pós exodontia. Desta forma, o clínico pode se sentir indeciso em qual biomaterial escolher. Como forma de auxiliar os implantodontistas nesta escolha, iremos apresentar hoje um caso clínico bastante interessante, em que realizamos a preservação alveolar utilizando um enxerto ósseo a base de hidroxiapatita bovina e colágeno chamado de Extra-Graft, fabricado pela empresa Implacil De Bortoli. As figuras 1 a 8 ilustram o caso.

Este substituto ósseo natural associa as propriedades osteocondutoras da hidroxiapatita bovina e do colágeno tipo I. Os grânulos de hidroxiapatita Bovina (200 – 400 µm) apresentam propriedades físico-químicas semelhantes à estrutura óssea humana e propiciam uma superfície altamente bioativa para a migração celular, contribuindo para a remodelação óssea através de um processo fisiológico. A presença do colágeno e o tamanho das partículas (hidroxiapatita bovina de 200 a 400 μm) favorecem a invasão vascular e promovem um arcabouço para o crescimento ósseo. Esta composição sugere que não há a necessidade de colocar uma barreira (membrana) sobre o enxerto. Contudo, eu particularmente, por ser ainda meio “Old Fashion”, prefiro colocar uma membrana sobre este biomaterial, conforme observamos na figura 2.

O mercado de biomateriais é bastante competitivo e oferece uma série de biomateriais para preservação alveolar. Muitos destes produtos são de excelente procedência e funcionam muito bem, outros nem tanto, deixando o clínico com muitas dúvidas. Uma delas é o uso de membranas para recobrir o enxerto, que é quase uma unanimidade, sejam elas reabsorvíveis ou não. Contudo, o Extra-Graft já possui colágeno em sua composição, o que, teoricamente, dispensaria a colocação de uma membrana de colágeno. Vale lembrar que, se você optar pelo uso de uma barreira (membrana), não irá prejudicar em nada o resultado final.

Acredito que não só os implantodontistas, mas também os clínicos gerais, devem atentar muito quando estiverem realizando uma extração de rotina. Deixar o alvéolo cicatrizar por si só pode gerar defeitos irreversíveis dos tecidos duros e moles. A escolha de qual biomaterial utilizar para o preenchimento destes alvéolos passa pela comprovação científica do produto e pelas preferências profissionais do cirurgião-dentista. O biomaterial Extra-Graft tem demonstrado resultados significativos para este fim e tornou-se uma interessante opção para preservação alveolar.