Qual o limite para os implantes imediatos?

Entende-se por implante imediato, aquele implante que é realizado no mesmo momento da exodontia do dente condenado. Nos últimos anos, o número de casos em que realizamos esses implantes imediatos tem aumentado bastante, em detrimento dos casos maiores de reabilitações com próteses protocolo. Mesmo com o aumento substancial dos casos de implantes imediatos, ainda existem situações que teremos de postergar a colocação do implante para uma data posterior a da exodontia.

Esta discussão me faz lembrar de um paciente que me procurou na minha clínica particular, para buscar uma segunda opinião sobre o seu caso. Ele havia realizado um implante imediato que acabou perdendo meses depois. Aguardou 60 dias e fez a colocação de um novo implante, que acabou perdendo também, depois de 120 dias. Sem entrar muito nos pormenores deste caso, a primeira pergunta que ele me fez foi: “colocar um implante no mesmo dia da extração realmente funciona?”

Assim como a maioria dos implantodontistas, acredito e realizo muitos casos de implantação imediata. Considero a técnica bastante segura e eficaz, quando bem indicada. Contudo, alguns insucessos vão aparecer e sempre que perdermos um implante imediato, o paciente vai questionar sim o por que de se ter feito a colocação do implante no mesmo tempo da exodontia do dente condenado. Para ilustrar melhor esta nossa discussão, as figuras 1 a 6 relatam um caso de implante imediato com 4 anos de acompanhamento clínico e radiográfico.

Considero este caso clínico como um limite a implantação imediata, pois tivemos que buscar uma ancoragem apical do implante, com a colocação de enxerto ósseo (Extra – Graft – Implacil De Bortoli – São Paulo – Brasil) + membrana, a fim de obtermos um melhor resultado na nossa ROG (Regeneração óssea Guiada). Tudo isto dificultou a técnica e, de certa forma, aumentou os riscos de insucessos. Mesmo com os excelentes resultados aqui apresentados, talvez, se eu me deparasse com um caso desta magnitude nos dias atuais, eu teria optado por realizar um implante tardio (após a extração).

Todos estes procedimentos citados neste caso clínico são altamente previsíveis e bem fundamentados na literatura. Contudo, mesmo com todas estas comprovações, casos deste porte exigem muito do organismo do paciente a fim de que a regeneração ocorra em sua totalidade. Qualquer baixa de imunidade pode comprometer o resultado final. Assim, considero que, se tivéssemos feito somente a extração com enxerto ósseo para preservação alveolar, muito provavelmente, também alcançaríamos bons resultados.

Atualmente, o limite para indicarmos ou não um implante imediato tem mudado bastante. Em um passado não muito distante, necessitávamos de pelo menos 5mm de osso residual apicalmente a raíz que seria extraída. Hoje, o design com espiras agressivas de algumas marcas, tem permitido uma boa estabilidade primária do implante nas paredes laterais do alvéolo remanescente. Além disso, os biomateriais também tem apresentado grade potencial regenerativo, que nos estimulam a encarar os casos mais complexos. De qualquer forma, a decisão de se realizar um implante imediato vai além do nosso conhecimento científico e clama pela opinião compartilhada do paciente em aceitar a técnica.

E disse-lhes Jesus: “quando levarem vocês para serem julgados nas sinagogas ou diante dos governadores e autoridades, não fiquem preocupados, pensando como vão se defender ou o que vão dizer. Pois naquela hora o Espírito Santo lhes ensinará o que devem dizer.” (Lucas 12: 11-12)

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