Recontorno ósseo no tratamento da peri-implantite

Diferentes abordagens cirúrgicas para se tratar a peri-implantite têm sido avaliadas ao longo das últimas décadas. Geralmente o modelo periodontal cirúrgico é o tratamento de escolha para estas lesões peri-implantares. Sendo assim, diversas modalidades cirúrgicas envolvendo terapias ressectivas, podem ser utilizadas. As mais conhecidas são: raspagem a campo aberto com a descontaminação química da área afetada, recontorno ósseo com osteotomia e osteoplastia, implantoplastia, técnicas regenerativas com preenchimento ósseo e uso de membranas e enxertos de tecidos moles.

O recontorno ósseo peri-implantar de fixações que sofreram peri-implantite nada mais é do que uma ostetotomia e osteoplastia do osso que circunda os implantes, visando devolver o formato ósseo original que foi perdido devido a doença. O que ocorre é que, geralmente, as lesões ósseas peri-implantares desconfiguram a anatomia óssea original ao redor dos implantes, criando defeitos ósseos verticais e horizontais, de uma maneira semelhante e até mais intensa do que ocorre nas periodontites mais avançadas nos dentes naturais.

Além das perdas ósseas peri-implantares ocorridas devido a contaminação bacteriana propriamente dita, pode-se ter também perdas ósseas peri-implantares pela invasão do espaço biológico peri-implantar, devido a posição intraóssea exagerada dos implantes de plataforma hexagonal ou ainda pelo uso de pilares protéticos extremamente curtos, que não deixam um espaço livre a fim de que os tecidos moles se acomodem. Em situações como essa, a parte coronária dos implantes, que é a zona de transição entre o implante propriamente dito e o componente protético, precisa ficar livre de osso, sob pena do aparecimento de uma saucerização.

O tratamento para estas perdas ósseas oriundas da invasão do espaço biológico peri-implantar, é semelhante ao que é realizado nos dentes naturais que também tiveram o seu espaço biológico violado. Trata-se da recuperação das distâncias biológicas, através de uma cirurgia ressectiva com osteotomia e osteoplastia. Em dentes naturais, costuma-se chamar este procedimento de aumento de coroa clínica, onde removemos o osso ao redor do dente deixando cerca de 3 mm de estrutura dental sadia, para que se insiram os elementos componentes das distâncias biológicas.

 Nos implantes, o tratamento é  idêntico, onde removemos o osso excessivo formado junto à plataforma do implante, deixando esta área livre para a adaptação do epitélio sulcular, epitélio juncional e inserção (adaptação conjuntiva) conjuntiva. As figuras 1 e 2 ilustram o tratamento de uma peri-implantite onde foi realizada uma implantoplastia em conjunto com o recontorno ósseo (osteotomia + osteoplastia do osso peri-implantar).

Todas as técnicas cirúrgicas utilizadas no tratamento da peri-implantite possuem indicações precisas e dependem especialmente da configuração do defeito ósseo peri-implantar e da região que está sendo tratada. Elas podem ser realizadas individualmente ou em conjunto.  No entanto, quando utilizadas individualmente, nenhuma delas se mostrou superior a outra, em termos de resolução da peri-implantite. Desta forma, a utilização de técnicas combinadas parece ser o melhor caminho para a resolução da doença. O recontorno ósseo é mais uma opção que parece demonstrar excelentes resultados no tratamento cirúrgico da peri-implantite.

“Diga a essa gente que deixe de lado as lendas e as longas listas de nomes de antepassados , pois essas coisas só produzem discussões. Elas não têm nada a ver com o plano de Deus, que é conhecido somente por meio da fé.Essa ordem está sendo dada a fim de que amemos uns aos outros com um amor que vem de um coração puro, de uma consciência limpa e de uma fé verdadeira.” (1 Timóteo 1: 4-5)

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